10 de abril | 2022

Não há limite para o anormal

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“É tempo de destruição, de desmonte de milênios
de construção dos pilares centrais da sabedoria”.

 

Do Conselho Editorial

Este é o tempo da loucura, do descontrole, do arbítrio, do autoritarismo, da insensatez, da falta de bom senso, de equilíbrio, de humanidade.

Este tempo tem se destacado pelas ações de ódio e pela ausência de amor, pelo endurecimento e não pela leveza, pela ausência de poesia, pela falta de empatia.

Tempo estranho em que um simples cidadão em uma humilde cabana nos pontos perdidos deste país pode se comunicar com um esquimó no Polo Norte e,na maioria das vezes, não faz questão de se comunicar com quem está a sua volta.

Período de indiferenças com a dor do outro; de preocupações extremamente materiais.

Momento terrível em que parte da sociedade não se enxerga como passageiros da mesma agonia e do mesmo conflito que no fundo é a arte de viver.

Cada um olhando para si mesmo e se comportando como se construir a própria história não estivesse ligado a compartilhar experiências, saberes, dificuldades, alegrias, confortos e desconfortos com os próximos e os distantes.

Gente tentando impor aos seus semelhantes que os que divergem de si sejam obrigados a pensar com a mesma estreiteza como veem seu reduzido universo, no grito e na ameaça da força física e até com armas.

Ações antidemocráticas e antirrepublicanas ocorrendo a cada instante e o discurso da imposição do pensamento único como se fosse possível esta aberração em um mundo globalizado e dominado pela inteligência artificial.

Causa estranheza que no final dos tempos da passagem do homem na Terra, não por questões bíblicas, muito mais por questões da ausência de preocupação com a manutenção da vida, grande parte acelere na direção do fim guerreando por mediocridades e insignificâncias.

O que destruiu vastos impérios, dos Gregos, Romanos, Persas, Incas, foi a ganância, o apego a bens materiais, a guerra pela utilidade inútil das coisas vãs e passageiras, como ampliação de territórios e exploração de bens.

Hoje, o principio se mantém o mesmo entre as grandes nações; o diferencial é que as pessoas com direito a maior número de informações, ao invés de fazer uso da tecnologia para progredirem, avançar em processos culturais, se educarem para a vida em sociedade, decidiram disputar espaços de poder através das iniquidades, do ódio, do preconceito.

As mensagens estão trocadas, o que era para ser consideração e respeito, passou a ser perseguição e intolerância; o que era pra ser diálogo passou a ser a imposição através do medo, da fala intolerante e prepotente dos que sempre perguntam se o receptor sabe com quem está falando.

Munidos de uma máquina mundial que permite construir um novo e melhor mundo, muitos optaram por destruir os outros, destruir reputação e nem se perguntam se não pode acontecer de ser atingidos pela monstruosidade de diálogos perversos que travam com o universo.

Não se perguntam se o mesmo poder que entendem ter para destruir o outro,outras pessoas não pensam deter para destruir a si.

E nesta ausência de perguntas em busca de respostas razoáveis vai ficando insuportável conviver com tanto despreparo e tanta virulência nos tempos atuais.

É tempo de destruição, de desmonte de milênios de construção dos pilares centrais da sabedoria.

É tempo de baixarias, de vilanias, de ignorâncias e, em tempos como o de agora, parece que não há limite para o anormal.

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