10 de março | 2013

O município avançou ou recuou?

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Do Conselho Editorial

No período do regime militar, a ditadura que foi imposta ao povo brasileiro nos anos sessenta teve um período em que se vendeu pela mídia nacional que aquele regime truculento e ditatorial era ótimo do ponto de vista econômico para a nação.

Milhares e milhares de campanhas publicitárias foram produzidas para passar a idéia de que estava acontecendo um milagre econômico no Brasil, muitas obras foram iniciadas, entre elas, a Transamazônica e a Usina Nuclear de Angra dos Reis.

O povo brasileiro, no entanto, desconhecia o que ocorria nos bastidores desta política que privilegiava o alto comando das forças nacionais, parte do empresariado, banqueiros, construtoras, concessionários de sistemas de comunicação entre outros, que enriqueciam juntamente com os próximos do poder.

As cabeças pensantes eram banidas, expulsas, ou mortas pelo sistema que não admitia posicionamentos que divergissem do instalado pela redentora revolução de 64.

As instituições foram destroçadas moralmente no tocante a seriedade que demonstravam até então, chefes do Executivo e do Legislativo se não compartilhassem com a ditadura eram cassados e o judiciário, parte dos três poderes em grande parte caiu de quatro diante do desejo dos ditadores e foi, como as outras instituições, transformado em marionete pelos truculentos gorilas que tomaram de assalto o país.

Na contra mão da publicidade imposta, e da defesa intransigente de jornalistas corrompidos que defendiam aquele regime de exceção, o milagre brasileiro vazava água por todos os lados, era na verdade um desastre econômico, que veio a se configurar anos mais tarde, após o fim do regime de exceção.

Abertas as caixas pretas daquele período a nação percebeu que o regime militar nada mais era que a política de terra arrasada, sobrando para o povo um país endividado com o FMI, as contas públicas em total desarranjo e as obras faraônicas anunciadas  ou em total abandono ou funcionando de forma inadequada e sem o desempenho anunciado ou imposto pelos ditadores.

Descobriu-se ao final da ditadura, ou revelou-se, ou desvelou-se um país de miseráveis. Com uma produção em baixa, uma indústria obsoleta e um campo com questões agrárias muito profundas para ser debatida pela sociedade que reiniciava a discussão democrática de seus milhares de problemas.

A idéia de fazer o bolo crescer para dividir depois, deixou nas mãos de alguns larápios, de alguns ladrões desta república quase todo o bolo que agora se encontra depositado em contas no exterior.

Olímpia, em que pese as diferenças, relacionadas ao jogo democrático que se instalou na terra do pau Brasil, parece vivenciar o final do milagre econômico de mentirinha imposto pela ditadura militar.

Tudo indica e dá mostras que a animação inicial, a idéia de salto para o futuro começa a dar mostras inequívocas de que não houve nenhum estudo que indicasse na direção de se estar atuando, acertadamente, no sentido de se alavancar de forma coerente e responsável  o crescimento local.

Muito pelo contrário, já pipocam aqui e ali sinais claros de enfraquecimento desta economia lastreada somente na idéia do turismo, inúmeros imóveis residenciais e comerciais a venda ou alugando, loteamentos que foram iniciados e que não contam com infra estrutura, comércio sinalizando queda significativa no movimento, obras realizadas pelo governo municipal dando mostras evidentes de sua inutilidade por conta do mau funcionamento.

Políticas públicas reduzidas ao assistencialismo barato, máquina inchada excessivamente, populismo exagerado e percepção de beneficio para os próximos do poder.

Alinhamento de parte do sistema de comunicação local através de métodos não recomendados, Legislativo atrelado a interesses corporativista e de grupo, Judiciário e MP quando provocados demonstram alheamento a situações desconfortáveis como as que envolvem a saúde, onde não houve definição sobre a questão da santa casa até a presente data.

Clima de final de ditadura, quando se olha em volta a cidade abandonada lembra a Transamazônica na mesma situação invadida pelo mato, a UPA lembra a Usina Nuclear de Angra dos Reis, um elefante branco que nunca funcionou direito e colocava em risco a vida da população no entorno.

Em contra partida os amigos dos reis, da mesma maneira que os apoiadores da ditadura dão mostras evidentes de que estão muito bem de vida, olhando a miséria crescer do alto de suas coberturas.

As indústrias locais implantadas neste governo não estão sucateadas pelo simples motivo de que não houve a implantação de nenhuma.

A cidade no sistema de informação oficial dá a idéia como dava a ditadura militar, de que cresceu e melhorou muito, se equipou com muitas coisas, que não funcionam adequadamente, mas existem, só do ser humano, não se fala nada, exatamente por que nada foi feito para que suas condições de vida fossem melhoradas.

Há toda uma maquiagem, um embelezamento, não há geração de empregos, como na ditadura, nem saúde pública, nem segurança, nem ensino de qualidade, como na ditadura.

Resta autoritarismo, apadrinhamento, benesses aos amigos, perseguição aos inimigos, como na ditadura, com a diferença de que agora o povo pode avaliar se o município avançou ou não neste governo que parece populista e sem rumos.

 

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