24 de março | 2019

Saúde e Santa Casa: é preciso menos discursos e mais realidade

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Do Conselho Editorial

Por mais que tentem enganar, dourar pílulas, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia é o que se pode considerar um caso de policia após a nefasta intervenção levada no Governo de Geninho e que colocou lá seu vice Pimenta como interventor.

Ali, o que estava em fase de recuperação voltou para o precipício.

Qualquer pessoa equilibrada e sensata sabe que o que ocorreu ali com a manifesta colaboração do representante do Ministério Público local à época só não foi mais vergonhoso por falta de espaço.

O que era uma eleição falsamente democrática passou a ser uma escolha de família e próximos.

A Santa Casa, mesmo enfrentando as tempestades mais diversas, ao longo de sua trajetória tinha histórico de eleições concorridas, com a presença de muitos associados.

Discutir se as escolhas eram levadas a efeito como manda o ordena­mento jurídico é outra discussão mais profunda que atinge a maioria das associações.

Com a Santa Casa que é dependente de verbas públicas não era diferente e invariavelmente o representante que estivesse no comando do Executivo emplacava seu candidato.

A eleição da provedora Helena de Souza Pereira fugiu deste espectro na medida em que o provedor antecedente desejava mais era entregar o abacaxi e por esta razão sua escolha foi por homologação.

Totalmente independente, seguiu sua trajetória projetando um trabalho meritório e lembrado até hoje, se distanciando dos vínculos políticos.

Ao endossar a candidatura de Eugênio com a promessa de que seriam ampliados os repasses para a Santa Casa, começou seu inferno astral que culminaria com sua queda e início do retorno da instituição a situação de penúria que parece permanecer até hoje.

Com o interventor Pimenta começaram mudanças que podem muito bem explicitar o início da decadência.

Seu grupo político, para evitar ou impedir a volta da ex-provedora, foi construindo labirintos impenetráveis dificultando o ingresso de sócios na entidade e não se importando com a participação da sociedade, até chegar à ridícula situação em que o número de associados, ou o número dos que comparecem  para eleger a diretoria na maioria das vezes consegue ser menor que o número de diretores a eleger.

E sendo o número de associados tão insignificante em se considerando os mais de setenta anos da Santa Casa é de se supor que os mesmos membros o Clube do Bolinha e da Luluzinha escolhem e expulsam o nome grafado na mono lista que o prefeito encaminha.

Razão não falta ao alcaide para pedir a cabeça da atual provedora e a mais significativa talvez seja o domínio que deve deter sob o reduzido número de associados.

Não é culpa sua que tal fato tenha ocorrido, visto que foi seu antecedente aprendiz de ditador quem iniciou esta barbárie e por ela deveria responder.

Inclusive, pode até se estranhar que a atual provedora fosse associada da instituição já que seu nome não consta de atas averbadas no cartório local em período anterior a sua escolha, e mesmo que seja uma questão interna corporis que diz respeito a instituição, que é privada, é no mínimo imoral que a escolha tenha chegado ao nível do alcaide poder pedir a cabeça de alguém publicamente em uma instituição com um número tão reduzido de associados.

E mais vergonhoso se torna quando o mesmo alcaide endossa na saúde pública, que não é privada e ao contrário do que ocorre na  Santa Casa é de sua responsabilidade, a nomeação e demissão do Secretário, caso o mesmo não obtenha resultado satisfatório no setor, e se furta diante do caos a tomar a decisão de colocar a cabeça do incompetente na bandeja como fez com a provedora.   

Que ela tenha que prestar contas, ou que esteja prestando contas sobre as quais se pode colocar dúvidas, não há o que discutir.

Porém, não é funcionária do poder Executivo como o Secretário de Saúde que mais do que não prestar contas coloca em dúvida com sua inexperiência e falta de conhecimentos que possibilitem apresentar soluções para o setor, a capacidade  de prestação de serviços de qualidade.

Por mais que o prefeito pose de “sincerão”, de verdadeiro na fita, na Saúde e na Santa Casa é preciso menos discursos e mais realidade, e já passou e muito da hora disto acontecer.

 

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