04 de dezembro | 2016

Secretariado indicado por Cunha, até agora, parece mais do mesmo

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Do Conselho Editorial

Por mais que se deseje que o governo de Fernando Cunha dê certo, a sinceridade insiste e obriga a se admitir que os primeiros nomes que irão compor seu secretariado, trazidos a público, não empolgaram.

As reações foram de desencanto e sepultaram a promessa levada a efeito na campanha eleitoral de que se renovaria de forma técnica o novo governo a ser instalado.

Muito embora não se possa ser crítico por antecipação dos que foram apontados, pela simples razão de que não há ainda um trabalho a ser avaliado, parte já participou de governos não bem sucedidos, ou mal recepciona­dos pela população com reprovação de seus candidatos nas urnas.

Caso evidente dos governos Carneiro, Eugênio José e Valdomiro Lopes que têm nomes de quem atuou em seus governos entre os indicados por Cunha.

Não significa, porém, que estes nomes, vinculados a administrações com ranços e envolvimento em situações sobre as quais pairaram dúvidas não possam vir a dar certo na futura administração.

Há que se entender que o que prevalecerá será a orientação do futuro primeiro mandatário que determinará qual será a base de sua administração e as intenções de seu governo, metas, planos, projetos.

Vale ressaltar, que estes nomes, grande parte pinçados de governos desgastados e com vocação autoritária, onde a participação popular foi inexistente, em sua maioria, não foram arrastados a escândalos que inicialmente os inviabilizem no plano moral e ético.

Apenas trazem na sua mala o vínculo com o que não deu tão certo, o que pode acionar no imaginário popular que dificilmente se atravessará com facilidade o cenário de dificuldades econômicas que passa o país e que possivelmente rondará a economia local, que já dá sinais da crise no comércio e no setor imobiliário.

Será necessária criativi­dade e não parece que tenha sido este o forte destas indicações quando atuantes no poder público, contando o olimpiense, neste quesito, com a sorte ou com a possibilidade de que o futuro governante esteja muito acima da média dos que ocuparam a cadeira antes, trazendo em sua bagagem material progressista e diferenciado a servir de orientação a seus comandados.

Centra-se a partir de agora as expectativas no seu desempenho pessoal e esperam-se os nomes faltantes para aprofundar as frustrações ou dar uma remediada como se um ou dois setores com boas indicações fossem suficientes para aplacar o desejo de mudança da população.

Tudo indica, ou deixa subentendido pelos nomes indicados, que a base de sustentação do próximo governo foi deixada de fora da escolha dos nomes, considerando-se o desgaste do poder legislativo pelo país afora e na cidade, isto poderia ser considerado uma boa medida.

Porém, conhecendo as fogueiras das vaidades, presume-se que pode ter se iniciado um silencioso distanciamento entre o futuro ocupante do Poder Executivo e os integrantes do Poder Legislativo a se instalar em janeiro.

Questões de empode­ramento e de anulação de poderes de vereadores que geralmente não são bem aceitas na casa do fisiologismo e dos privilégios, principalmente em tendo consciência que a pretensa renovação do Legislativo apenas recon­duziu velhas raposas de volta ao galinheiro, e outras que migraram do Executivo para lá se despedirem de sua inglória participação política.

Uma ou outra renovação conduzida pelos braços do vicio, satélite de desgastados membros daquela casa, e uma ou outra solitária renovação cuja eleição deixa a dúvida do rastro das mesmas práticas que sempre permea­ram o cenário da submissão total ao poder Executivo, ou da conquista do voto através de práticas que não coadunam com a visão de moralização da coisa pública.

Fora as exceções, mudou-se as moscas, a latinha continua a mesma, e neste cenário, os interesses pessoais irão tentar se impor, e as indicações primeiras sinalizam que deve haver alguma insatisfação contida que irá arrebentar nos costões assim que a maré da satisfação baixar, e o desgaste arrastar o governo técnico, que parece que não é, para as profun­dezas.

Ser político neste país costuma se eleger para levar vantagens, e ser agradável ao povo, as indicações não premiaram a classe política e nem agradaram a maioria, sinal de que a primeira oportunidade de impactar já foi perdida.

Pelo que se registrou até aqui, a sensação é a de que se instala um governo envelhecido antes de iniciar.

Tomara que se recupere.

 

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