07 de maio | 2017

Thermas em crise, ou cidade em crise?

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Do Conselho Editorial

Os questionamentos com características de denúncias levados a efeito pelo advogado que representava o Clube Thermas dos Laranjais e o Thermas de Olímpia Resort, Caia Piton e sua progenitora Maria de Lourdes Piton, publicadas no Blog de seu escriba, aquele ganhava pa­ra dar vazão aos seus feitos, acabaram mobilizando grande parte da sociedade para a importância do empreendimento maior que sustenta e alavanca a economia local e até regional.

O que pode haver de real ou de possível ato antiju­rídico no que veio à tona, trazido pelos depoimentos de ambos, só o tempo se encarregará de demonstrar.

Embora, não se possa colocar em dúvida que o advogado, sendo representante e próximo do Thermas, possa ter conhecimento pleno do que pretende discutir, assim como a validade de sua proposição pública.

Mesmo que, nestas horas, por paixão, ódio, ani­mosidade ou desejos pessoais, as opiniões estejam divididas em relação a quem possa ter ou não ter razão acerca do que é ponderado pelos que participam da contenda, algo parece ser certo e a maioria assente com isto: a cidade e o turismo sairão perdendo.

Caia Piton, mesmo que se discorde dele por milhares de motivos ou se concorde com ele em gênero número e grau em muitos posicionamentos, não pode e nem deve ser visto, como alguns tentam vender a imagem, de que seja alguém desinformado ou sem conhecimentos que o destaquem em um mundo sobrecarregado de medíocres.

Tem seus valores. É respeitado nos meios sociais e jurídicos pela gama de conhecimentos que transmite e pelo discurso sofista que transforma meias inverdades em verdades pré-concebidas para consumo interno de leigos e crédulos.

Afeito a ostentação, é midiático, discursivo, com boa presença de palco, postura, impostação exata de voz, detém desempenho de convencimento e consegue vender seu peixe com facilidade.

Atravessou momentos de dificuldade à frente do departamento jurídico do clube e conseguiu se notabilizar em razão do resultado positivo quando foi lacrado o poço que abastecia o Thermas.

Dali saltou para a direção do resort, onde manejou com muito mais habilidade a sua imagem e da sua esposa que propriamente a imagem do Resort nas publicações locais e regionais.

Foram milhares de centímetros de jornais e centenas de vídeos gravados, centenas e centenas de aparições em blogs e entrevistas de rádio enal­te­cendo muito mais sua capacidade administrativa e os resultados à frente do Resort que a qualidade dos serviços prestados pelo resort.

Os inimigos atribuíam o excesso de aparições ao ego inflado, a vaidade, a ostentação; os mais coerentes, no entanto, atribuíam os exageros a necessidade de ocultar a realidade que sondava a administração do resort, que parece ter tantos ou mais problemas econômicos a ser justificados do que os que deixam subentendidos Caia e sua mãe Lourdes no tocante a administração do Thermas. 

A crise que cerca Caia e a direção do Clube até onde se sabe tem, entre outros fatores, indisposições de ordem familiar que não conseguiram que fossem superadas e culminaram nesta vergonhosa lavagem de roupa suja levada a efeito publicamente.

Há pouco tempo, como a maioria sabe, vídeos gravados davam conta da insatisfação de turistas em relação ao tratamento dispensado pelo Resort a eles, e desde então, boletins de ocorrência e participação da polícia para acalmar ânimos passou a ser uma constante na relação entre os antagônicos.

E tudo indica, continua. Dia destes, em plena beligerância funcionários do Resort postaram fotos na rede mundial de computadores segurando cartazes solicitando que seus salários atrasados fossem pagos pelo administrador do Resort.

O nível de baixaria que tomou conta das discussões no WhatsApp e no Facebook é bem típico de programas sensacionalistas, e grande parte, de acordo com o constatado, divergem de Caia e Lour­des por entenderem, na denúncia, muito mais um desejo de retaliação do que disposição para mora­lização do que possam entender esteja equivocado na direção dos destinos do Thermas.

Depreende-se de algumas manifestações o in­conformismo em relação ao silêncio de Caia e Lour­des que só se manifestam após o mesmo ter sido al­vo de uma destituição de seus poderes à frente do resort e de sua demissão dos quadros jurídicos do clube.

Muitos interpretam como oportunismo puro, conviver tantos anos com o erro e quando se perde a boquinha, ameaça falar tudo que se sabe como se houvera sido cúmplice, participe de coisas inaceitáveis e inconcebíveis.

Há os que se indignaram com a utilização da figura materna como se fora um escudo a protegê-lo dos malefícios do mundo.

Uma senhora idosa, frágil e respeitada pelas tantas estradas que trilhou, pelo respeito social que amealhou, em desabafo a favor de um filho desprote­gido e perseguido pelos poderosos, realmente é uma figura que, embora patética e surreal, comove a maioria e pode até convencer que o mesmo possa estar sendo vítima de algum injusto.    

Porém, há os que questionam a forma como esta mesma senhora, que vivia o anonimato e nunca deu mostras de preocupação ou com o Thermas ou com qualquer questão social relevante, repentinamente apareça questionadora e super bem informada sobre questões internas do clube, que alguns diretores e conselheiros, até a publicação de seu desabafo desconheciam.

Em que pese o enorme respeito a professora Lourdes e seu passado, não há como não concordar com quem pode estar e está imaginando, que a mesma pode ter sido jogada no olho do furação de forma estratégica e bem pensada, com informações privilegiadas que não se coadunam com seu histórico, com seu passado de preocupações poéticas.

Necessário deixar registrado que, por oportunismo, grito dos desesperados, direito de espernear, revanchismo, retaliação, mal uso de informações privilegiadas, boas intenções, desejo de moraliza­ção ou o que quer que seja, é direito legítimo colocar em público dúvidas e ques­tionamentos, mesmo que as razões sejam as menos louváveis possíveis.

O Thermas ganhou e deve agradecer a Lourdes Piton e ao Caia a oportunidade de poder vir a público e esclarecer todas as dúvidas levantadas sob o risco de em se calando, para além de ser omisso, alimentar o imaginário coletivo com a ideia de que pode haver algo de muito podre por lá.

E crescendo esta sensação de podridão levantada de forma sofista, com uma argumentação que supostamente apresenta a verdade, mas sua real intenção pode residir na ideia do erro, motivada por um comportamento capcioso, numa tentativa de enganar e ludibriar, visto a indisposição criada com a demissão e outros fatores, perderão os diretores do Thermas a oportunidade de demonstrar a seriedade com que administram o clube.

Não interrompendo o processo que se iniciou, tudo indica que crescerá a crise no clube e o Thermas em crise, sem sombra de dúvidas, também colocará a cidade em crise, tamanha a sua importância na vida da cidade atualmente.

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