14 de março | 2021

Vedovato queima seu pouco patrimônio político em manifestações esvaziadas

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“Está com seus gatos pingados falando a
linguagem que foi abandonada pela maioria
dos apoiadores do mito, pagando
mico, se expondo ao ridículo”.

Do Conselho Editorial

Flávio Vedovato é presidente da Associação Comercial de Olímpia há algum tempo e foi candidato a vice-prefeito na chapa do ex-vereador Flávio Olmos.

Moço fino no trato, todo gentil, educado, na campanha eleitoral se destacou por não se tratar de um papagaio que repete ao cansaço fórmulas gastas, por não ter como avançar no discurso.

Suas intervenções nas “lives” que participou, ao contrário do candidato principal, mostrava alguém antenado em vários temas que discutia com certa propriedade.

Não chega a ser algo surpreendente no cenário político local, mas se destacou da maioria impregnada pela mediocridade e poderia alçar voos mais altos conhecesse melhor os meandros da política.

À frente da Associação foi lugar comum, feijão com arroz, fez as lições de casa sem se destacar, tanto que muitos comerciantes se acham desassistidos pelo órgão que deveria defender a categoria.

Após a campanha eleitoral, Flávio, que não é político, ao contrário do outro Flávio que é, manteve-se na pauta, discutindo o poder público como se ainda estivesse em campanha.

Um Flávio, o político, desapareceu e o outro, inexperiente da política, foi à ribalta.

Um, com orientação de marketing, sabe que deve aparecer só nos períodos eleitorais para manter intacto seu patrimônio eleitoral que emergiu das urnas, o outro crê que pode gastar inutilmente suas poucas reservas em manifestações pífias e desprovidas de bom senso.

Enquanto um estimula seu gabinete a brigar por si, o outro vai às ruas e às redes trocar socos com o poder constituído.

Talvez falte orientação, conhecimento do jogo, ou sobre empolgação.

Roda na internet uma manifestação em frente à Prefeitura Municipal com Vedovato liderando uns poucos gatos pingados e exigindo a abertura do comércio.

Para dizer o mínimo, é ridícula sua postura de líder estudantil da direita, se postando como se fora velho comunista pedindo benesses e privilégios estatais em pleno capitalismo onde a regra é a competição.

Em momento de tamanha gravidade, deveria o representante da categoria utilizar sua capacidade de mobilização para reivindicar que o poder público tivesse um olhar mais econômico e de salvação do comércio e da economia como um todo.

O mundo já se cons­cientizou pelos exemplos do recuo da contaminação em Israel e nos Estados Unidos que a economia só vai ser retomada quando a as pessoas tiverem sido vacinadas e o número de infectados for diminuindo drasticamente.

Pedir a abertura, na marra, do comércio é mesmo que pedir para aumentar o caos na saúde pública, o número de mortos e o eterno abre e fecha que fechará a maioria dos negócios.

Até o que finge ser estúpido para “marketei­ramente” se mostrar igual aos seus seguidores, que toma assento no Palácio do Planalto, começou a perceber que o país só retornará a normalidade se forem endurecidas as regras de combate a epidemia.

Não precisa ir longe para conferir esta realidade. Araraquara já reduziu bastante a incidência de casos e caminha para retomar suas atividades.

Olímpia vive um cenário preocupante e aí um ex candidato a vice-prefeito, pra se colocar na pauta, na vitrine, utiliza seus recursos humanos e econômicos para atuar em prol da corrente genocida e ne­ga­cionista para talvez se colocar em evidência. 

Deve ter avaliado que há uma maioria bolsonarista na cidade e que remar a favor desta corrente pode render benefícios de ordem política.

Esquece que a maioria dos que disputaram a eleição, inclusive ele e seu candidato, demonstram ser bolsonaristas.

Está com seus gatos pingados falando a linguagem que foi abandonada pela maioria dos apoiadores do mito, pagando mico, se expondo ao ridículo.

Se a situação fosse diferente, a praça estaria lotada de insurgentes, já que Olímpia é uma cidade reacionária, de coronéis, um reduto da direita ultra­conservadora, tru­culenta, radical.

Olhando por este prisma, Flávio é uma ovelha desgarrada que se entusiasmou em demasia com sua capacidade de convencimento das massas e que não consegue ter a percepção de que o conjunto de insatisfeitos que arrasta é muito reduzido perto da capacidade de organização que tem a Associação que administra.

Falta olhar, sabedoria, senso político, time e, principalmente, observação de que a população está concluindo que a vida vale muitas vezes mais que os bens materiais que a manifestação de insensibilidade que Flávio promove quer resguardar.

Estivesse em casa descansando, vendo filmes na Netflix, chupando um picolé, estaria mantendo ou ampliando sua reserva política.

Indo às ruas desta forma atabalhoada e com esta pauta genocida e nega­cionista, Flávio Vedovato queima seu pouco pa­tri­mônio político em manifestações esvaziadas.


 

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