29 de setembro | 2008

Novo seccional apóia greve e pede atendimento à população

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 O delegado Odacir Cesário da Silva, que assumiu a Delegacia Seccional de Barretos na quinta-feira, dia 25, em substituição ao delegado João Osinski Júnior (foto), afastado justamente por causa do movimento grevista, declara que considera legítima a paralisação, mas ao mesmo tempo pede aos seus subordinados que prestem os atendimentos necessários à população.

"É lógico que o anseio de todo mundo é ter as reivindicações atendidas. Eu mesmo, que estou perto de me aposentar, tenho receio porque na aposentadoria o delegado perde praticamente 30% do salário. Então, nós temos algumas reivindicações que são legítimas", declarou ao jornal Folha de São Paulo, segundo a edição de ontem, dia 26 de setembro.

Entretanto, Silva informou que aconselhou aos delegados subordinados da região, que passem a atender à população no que for necessário. "Acho que podemos estar em greve, mas os delegados devem abrir as portas de suas delegacias e receber o povo, se não para registrar boletins de ocorrência, que seja para dar informações", avisa.

Embora os 16 delegados que atuam na área da Seccional tenham colocado seus cargos à disposição após o afastamento do ex-seccional de Barretos, a informação é que, na quinta-feira, dia 25, todos estavam nas delegacias trabalhando normalmente.

No caso de Olímpia, por exemplo, pelo noticiário divulgado na manhã de ontem, pelas emissoras de rádio, pelo menos duas ocorrências teriam sido registradas na Delegacia de Polícia, ao contrário do que vinha acontecendo desde o dia 16 de setembro, o primeiro dia da paralisação da categoria.

Ao ser indagado pela Folha de São Paulo sob os delegados terem colocado os cargos à disposição, o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, disse: "Não recebi nenhum pedido de demissão nem de transferência".

No entanto, o titular do 1.º Distrito Policial (DP) de Barretos, e representante da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), na região, delegado Antônio Alicio Simões, quando questionado pelo jornal respondeu: "Mantemos nossa posição". Já em entrevista que concedeu à rádio Difusora AM, de Olímpia, explicou que o documento foi assinado antes mesmo do anúncio da saída de Osinski, mas que estão prestando todo apoio ao ex-chefe.

Representação

Por outro lado, delegados e outros policiais civis da área da Seccional de Barretos caminharam até ao fórum da cidade – com fitas pretas presas à boca – para protocolar uma denúncia contra nove oficiais da Polícia Militar – segundo consta inclusive de Olímpia – por usurpação do cargo de policial civil. Os militares, por orientação do governo, estariam agindo como investigadores e solicitando trabalhos de perícia técnica.

"Não admitimos essa decisão à punição. Mostra que o governo está preocupado com política, e não com a melhora da Polícia Civil. Isso é apagar fogo com gasolina", declarou Antônio Simões.

Entre os que colocaram os cargos à disposição ontem, sete dirigem delegacias de Barretos, entre elas a de Defesa da Mulher, dois são auxiliares do seccional e os outros são delegados em sete cidades da região.

Por seu lado, Osinski disse não saber por que foi afastado e afirmou ter ficado surpreso, mas evitou comentar se havia relação entre a destituição e a greve. "Só acho que foi um preço alto demais a pagar por defender uma instituição, uma classe. Mas não vou me insurgir contra meus superiores. Estou em paz", declarou o ex-seccional.

O delegado-titular da Delegacia Seccional de Barretos, João Osinzki Júnior, foi retirado de seu cargo oficialmente ontem, por determinação da Delegacia Geral de Polícia (DGP) do Estado.

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