07 de março | 2011

Zanolli diz que expulsão do Conselho foi gesto autoritário do atual governo

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O artista plástico e colaborador desta Folha, Willian Antônio Zanolli, declarou na tarde desta sexta-feira, dia 05, que sua expulsão do Conselho Municipal de Saúde, onde representava os usuários do sistema, foi um gesto autoritário do governo municipal, que tem a frente o prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.


“Nossa expulsão do Conselho foi um gesto autoritário de um governo que dá mostras de ser extremamente autocrático, voluntarioso, que interviu na Santa Casa e fechou a estilo Hugo Chaves uma emissora de rádio que deixou de comungar com suas ideias”, afirmou.


Segundo ele, um governo que poderia passar para a história “como aberto, transparente, moderno, atuante, e passará como o lugar comum, terá reservado pra si, ao final, o mesmo que teve os muitos insignificantes que administraram esta cidade com mão de ferro”.


“O Conselho Municipal de Saúde, segundo Zanolli, infelizmente, sob a presidência da Secretária de Saúde, se era ruim no passado, parece ter conseguido ficar pior, ter virado mera instância homologatória dos desejos do Executivo”.


A Saúde que era e continua sendo um caos na rede pública parece ter conseguido um fato inédito, ter estendido sua incompetência administrativa para o único hospital que temos, a Santa Casa.


As críticas ultrapassam a questão do Conselho Municipal de Saúde. “os Conselheiros, como a maioria dos vereadores, que deveriam fiscalizar, opinar, propor soluções, se manifestar contra a situação caótica, optam pela omissão”. Mas ao contrário dos vereadores, diz o artista plástico, “os conselheiros não são remunerados, não recebem nenhum tostão, é trabalho voluntário, gratuito”.


Uma colaboração que, de acordo com ele, o cidadão consciente deveria dar em prol da comunidade onde vive, já que foi eleito, “de forma lúcida” (sic), porém, “via de regra, como a maioria dos vereadores, muitos conselheiros atuam como se fossem chapa branca, parecem que estão lá na defesa de interesses de ordem particular e não coletiva”.


Essa é a razão, segundo ele, pela qual não montam comissões para averiguar a falta de médicos e remédios na rede pública. “Não discutem a vergonhosa destruição da UBS Santa Ifigênia, um próprio municipal que foi transformado, por um período, em ponto de distribuição de droga”, reforçou.


Os conselheiros, relata William, não acompanham as licitações, não se mostram preocupados com a paralisação da UPA e muito menos com a situação dramática que vive a Santa Casa depois que está sob o controle do governo municipal.


“Sem contar outras situações que parecem existir, razão pela qual entendo que a Secretária de Saúde não demonstra ter o mínimo de condições de presidir o Conselho por tê-lo desviado do objetivo para o qual foi criado, afirma.


O volume de reclamações da população em relação a situação que se encontra a Saúde não encontra eco no Conselho Municipal de Saúde.


Da mesma forma, a atual secretária, “que se intitula como técnica da área, dá mostras de não ter justamente condição técnica alguma de estar à frente de uma Secretaria que cuida da continuidade da vida ou que, se mal administrada, antecipa o final dos tempos para as pessoas que necessitam de cuidados médicos, e se antes não encontravam amparo na rede pública, agora, também não encontram na Santa Casa”.


“Mesmo sendo um trabalho voluntário e gratuito, vou continuar no Conselho. Mesmo correndo o risco de perseguição, retaliação, expulsão, esta paga ingrata para quem faz trabalho voluntário em defesa da população. Na próxima eleição para o Conselho, que se avizinha, a menos que algum casuísmo dos autoritários impeça, estarei lá, presente com meu nome para ser votado”, diz. “Prefiro a expulsão que a omissão”, enfatiza.


“Vou estar lá lutando pelo que imagino possa ser o melhor para o bem coletivo, sem aceitar bovina e pacificamente a condição de omisso, como muitos, cuja causa não nos parece ser o bem comum, e sim, o bem estar de ordem pessoal”, finalizou.

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