07 de novembro | 2021

“Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.

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“O jornal nos últimos tempos foi alvo de agressões, ataques, terrorismo,
incêndio, tentativa de sufocamento econômico, de várias ações
judiciais (assédio judicial), uma batalha, uma guerra”.

 

Do Conselho Editorial

Para quem não leu Machado de Assis e ainda está vivo, com boa visão, disposição para leitura e tempo para desfrutar de um bom livro, que são estas, entre outras, as condições para desfrutar de um bom livro, que o faça urgentemente.

No caso do titulo do editorial, a frase está relacionada a dois livros de Machado: Quincas Borba e Memórias póstumas de Brás Cubas; cuja leitura, para melhor compreensão, deveria ser iniciada por Quincas Borba.

Este editorial é um compilado de vários textos retirados da internet e o objetivo seria demonstrar aos perdedores, se isto deixá-los menos aborrecidos, que em uma guerra ou disputa não há perdedores nem vencedores, apenas batatas e latinhas.

Hora de cortar a carne e a gordura das vaidades que possam envolver os vencedores e com bisturi afiado fazer uma plástica nas feições horrorosas de inconformismo e ódio dos perdedores.

Para os que não leram os livros vai a explicação: a filosofia do personagem Quincas Borba afirma que a substância da qual emanam e para qual convergem todas as coisas é Humanitas, e que a inveja não passa do “nobre sentimento” de contemplação, nos outros, das qualidades de Humanitas.

O “Humanitismo” enxerga a guerra como forma da seleção dos mais aptos.

Se o leitor vencesse uma batalha, gostaria de receber homenagens e medalhas ou conseguiria contentar-se com batatas como prêmio pelo triunfo?

É exatamente isto o que sugere Machado de Assis no romance Quincas Borba:

“Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.

O livro narra a trajetória de Rubião, professor que se torna rico de uma hora para outra, ao receber uma herança deixada pelo filósofo Quincas Borba, criador de uma filosofia chamada Humanitismo.

Após receber a herança, Rubião deslumbra-se com a nova vida e acaba traído por um casal de amigos que rouba sua fortuna.

No final da vida, pobre e doente, ele relembra um ensinamento de Quincas Borba, que sintetiza o Humanitismo.

Para explicar sua teoria, o filósofo evoca uma história sobre duas tribos famintas diante de um campo de batatas, suficientes apenas para alimentar um dos grupos.

Com as energias repostas, os vencedores podem transpor as montanhas e chegar a um campo onde há uma grande quantidade de batatas.

Então, Quincas Borba finaliza: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”.

Quincas Borba faz, ainda, um comentário: “A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação”.

Geralmente a vitória de uma das tribos provoca hinos, alegrias e outros efeitos das ações bélicas e aponta para a conquista de outro território.

Essas demonstrações revelam que o homem comemora aquilo que lhe é vantajoso ou aprazível, ainda que isso implique a ruína de outros.

De forma bastante resumida, a frase significa que os vencedores podem desfrutar das batatas nos campos de guerra, simplificando ao máximo o Humanitismo e seu preceito básico de que, na luta pela sobrevivência, quem vence é o mais forte.

Há uma outra variação da frase das expressões que se refere a latinhas: “Ao vencedor, as batatas” e “Ao perdedor, as latinhas”, que permite concluir que as batatas e as latinhas vazias são troféus de guerra.

No entanto, como discutido no início do texto, em uma disputa ou guerra não há vencedores e perdedores.

Em um conflito ninguém ganha realmente nada a não ser a experiência e o desgaste de lutas inglórias.

O jornal nos últimos tempos foi alvo de agressões, ataques, terrorismo, incêndio, tentativa de sufocamento econômico, de várias ações judiciais (assédio judicial), uma batalha, uma guerra.

Tudo indica que parte da batalha foi superada e atingido o campo de batatas, agora é hora de reposição de energias para transpor outras montanhas em busca de campos onde haja grande quantidade de batatas.

E aos derrotados, ódio ou compaixão?

Como há a leitura das latinhas que se deseje Skol num brinde Viking a todos eles.

A internet mais uma vez explica: Skol é uma palavra derivada das línguas escandinavas e usada pelos nórdicos para fazer um brinde.

Corresponde ao Português “Saúde!”.

Em Sueco escreve-se “skål” e no Dinamarquês e Norueguês “skaal”, sendo que o significado literal é “tigela”, “copo”.

Este jornal e a Rádio Cidade desejam mais que Saúde (Skol), vida longa aos derrotados para que assistam de pé nossas futuras vitórias.

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