23 de maio | 2021

Covid 19, tudo indica que a vida não voltará tão cedo à normalidade.

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Está chegando uma nova cepa do novo coronavírus da Índia, mais fatal que a que se enfrenta e junto com ela o inverno e a previsão de uma terceira onda pior que a segunda.


Do Conselho Editorial
Muitos dos empresários, comerciantes, investidores irão se arrepender amargamente de ter endossado os discursos amalucados que distorciam os fatos e acreditaram em convicções pessoais e se distanciaram da ciência.

Muitos governantes de países que abandonaram a teoria conspiratória de que o vírus era fruto da tentativa da China tomar o poder econômico e implantar sua hegemonia no mercado, ou a ideologia comunista, já dão mostras de retorno às atividades.

Muitos governantes de países que se renderam a realidade e abraçaram a ciência e aplaudiram as vacinas iniciam a retomada da vida normal.

No Brasil, em que a classe média fundida ao que há de mais atrasado nas religiões, ainda se difunde teorias conspiratórias contra a China, que é o principal parceiro econômico do país; dificultam a relação com o país e fabricação de vacinas do Brasil que depende de insumos chineses.

E aí, para que a verdade não seja dita pela metade, o discurso do centro do poder estimula este desconhecimento para manter sua base política, independente de quantos mortos possa produzir.

O discurso está alinhado com o pensamento de parte do público evangélico que compõe a maioria da base de apoio do governo, de parte da Igreja Católica que ainda não se despregou da Inquisição.

Além do espiritismo ligado as teorias escravistas kardekistas e da parte mais rançosa da maçonaria, entre outros, vão destroçando a discussão racional sobre o melhor para lidar com o Sars CoV-2 e a doença maldita que ele causa chamada Covid 19.

E as pessoas vão morrendo nas UBS e nos hospitais, por enquanto, por falta de tratamentos ou remédios, por superlotação, falta de profissionais na área médica, vagas, e muitas outras razões.

E os negacionistas, religiosos ou não, vão distribuindo mentiras a respeito de tratamento ineficazes, ou colocando em dúvida a vacina ou própria vacinação.

O caso envolvendo injustamente uma enfermeira na saúde pública local é fruto deste trabalho de desinformação e alienação total por parte de fanáticos seduzidos pela mentira, que não hesitam em mentir para causar efeito negativo na campanha de combate a Covid 19 e estimular uma disputa ideológica e política.

Isto não é saudável, tem que ser combatido com determinação, pois não é normal que um país que ultrapassou os 440 mil mortos, com previsão de chegar a 800 mil em uma terceira onda, pessoas se posicionarem de forma a estimular que mais e mais pessoas venham a morrer.

E causa espanto que indústrias fechando, comércio falindo, agronegócio dando mostras de início de sufoco financeiro, indústria cultural paralisada, turismo abrindo e fechando, prejuízos se acumulando e empresários de grande lastro, pequeno e médio portem se incorporando ao “negacionismo” sem pensar que o resultado final será a falência.

Pode negar a ciência a vontade; pode fazer propaganda de tratamentos ineficazes; mas é mais que necessário criar pelo menos consciência que a doença já demonstrou que, justamente por este tipo de recomendação e desinformação, não só irá avançar, como está avançando.

O Brasil está entre os países que mais distribuiu Cloroquina e Ivermectina e também um dos que mais morreram pessoas por complicações da Covid-19.

Se unir as duas pontas, chega-se à conclusão que a ineficácia destes tratamentos é uma irresponsabilidade criminosa endossada por parte da classe médica que agora se mobiliza preocupada com os resultados da CPI da Pandemia, temendo ser responsabilizada por recomendar tratamento prejudicial ao paciente que perdeu a vida ou ficou com sequelas.

E para além dos resultados jurídicos que poderão ser discutidos no futuro, no caso de médicos que recomendaram o tratamento preventivo, os econômicos relacionados à classe empresarial já mostram resultados bastante negativos.

Parte significativa dos trabalhadores, neste efeito sanfona, foram dispensados dos seus trabalhos, o nível de rendimento da classe média foi drasticamente diminuídos, os gêneros de primeira necessidade dobram ou triplicaram o preço.

Em suma, o poder aquisitivo da maioria foi bastante reduzido e quem não tem dinheiro não consome, não consumindo diminui a produção. Diminui a produção, se reduz o quadro de funcionários.

Reduziu o quadro e não tendo emprego, o demitido não vai às compras; e não vendendo, o comerciante também se vê obrigado a demitir.

Impossibilitado de adquirir, o empregado demitido do comércio e da indústria, pra fazer economia, reduz as compras e o produtor rural encontra dificuldades de colocar sua produção no mercado e ai todos entram em situação falimentar.

Se continuar a pregação antivacina, a exaltação ao negacionismo, o desdém ao isolamento e uso de máscaras, conviveremos no futuro com empregados demitidos e empresários falidos.

Está chegando uma nova cepa do novo coronavírus da Índia, mais fatal que a que se enfrenta e junto com ela o inverno e a previsão de uma terceira onda pior que a segunda.

Pode se mudar de rota ou ir de encontro do abismo, mas pela insistência que os toscos e tolos demonstram, pelo desejo de não retirar os tapa olhos,  o indicativo é que a vida não voltará tão cedo à normalidade.

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