11 de outubro | 2020

Horário eleitoral: A guerra de narrativas políticas começou

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“Ao eleitor sobra a responsabilidade (…) fazer
sua opção pensando naquilo que pode ser
melhor para sua cidade, sem deixar se
influenciar por mentiras, (…) ou compra
de sua honra e moral pela corrupta
prática da compra do voto”.

Do Conselho Editorial

Na sexta-feira, 09/10, começou o programa eleitoral em todo território nacional.

Serão dez minutos (das 7 às 7h10 e das 12 às 12h10) para que os candidatos a prefeito possam expor suas ideias, planos de governo, propostas e ataques diretos ou indiretos aos adversários.

Neste primeiro programa, em Olímpia, geral­men­te os candidatos  se apresentam, alguns fingem que são melhores do que são, mascaram a realidade e começam a passar a roupinha de super-homem que utilizarão nos próximos quarenta e cinco dias.

Enquanto uns vestem a persona concebida pelo marketing da campanha, outros vão na raça e no peito enfrentando as dificuldades que o poder econômico impõe às suas candidaturas.

Esta eleição, em razão da distribuição da verba de campanha através do financiamento público de campanhas e proibição de recebimento de apoio financeiro por parte do empresariado, pessoa jurídica, as dificuldades se avolumaram.

Há partidos em que a ver­ba de campanha dis­po­nibilizada será insuficiente, na candidatura proporcional, para, por exemplo, pagar a impressão dos santinhos para divulgar o nome dos vereadores.

Se não é suficiente para isto, quanto mais para pagar cabos eleitorais e im­pul­sionar … nas redes sociais.

O que está ocorrendo cada vez com mais fre­quên­cia é o relato de pessoas que receberam de R$ 50,00 a R$100,00 para distribuir santinhos ou abastecer o carro desde que permita que seja adesivado.

Se forem verdadeiras as informações, é de se supor que a prestação de muitos candidatos a vereador e candidatos a prefeito deverá passar por um super pente-fino para averiguação de que estas informações estão contidas nas primeiras prestações de contas.

Supõe ou suspeita-se, nestas situações, que o que impera, talvez em razão do impedimento contido na legislação eleitoral, que pode estar havendo o predomínio do caixa dois neste inicio de campanha.

Pois, pelo número de carros panfletados, número de pessoas nas ruas com estandartes, valores de gastos definidos pela justiça eleitoral, material distribuído, presume-se que no inicio da campanha, grande parte deste valor já po­de ter sido comprometido.

Não há milagres para justificar a exibição de poder econômico que se observou no pontapé inicial da campanha.

Fora isto, a tendência é de que o clima de denúncias e de Fake News se amplie a volumes nunca dantes visto, assim como as desistências de candidaturas, deserções e traições que tudo indica já começaram a acontecer.

Algo que pode não ter sido discutido com seriedade e realismo são as candidaturas femininas (por causa das chamadas cotas) que foram e continuam sendo alvo de investigação por suspeições que vão do desvio do dinheiro de campanha ao número limitado de votos.

Observado por quem milita na política, um número expressivo de candidaturas femininas que nunca se posicionaram politicamente e a impressão passando de que foram con­vencidas muitos mais para endossarem candidaturas masculinas do que para inclusão e o empo­de­ra­men­to das mulheres, que é o objetivo da lei.

Os números nas urnas dirão se as hipóteses estão certas e a manifestação de uma desistente aponta na direção de que o convencimento pode ter se dado ou pela vaidade ou pelo financeiro, como dizem por ai, teria ocorrido com algumas candidaturas masculinas.

Outro ponto que deverá ser marcante nestas eleições será a mentira e o Fake News presente e frequente nas redes sociais desde algum tempo.

Esta semana circulou a informação de que o prefeito atual pretende pri­vatizar o Daemo e que em razão disto o preço da água consumida pelo olim­­piense alcançaria valores astronômicos.

Seria suicídio político, no final de mandato e pretendente a reeleição ter co­mo meta e objetivo caso se reeleja a privatização do Daemo e, por pior go­ver­nante que Cunha possa ter sido, não cometeria um erro primário destes.

Assim como se reafirma pelas ruas, a história do rompimento de um político com outro em razão da promessa de regularização de alguns terrenos e que o mesmo seria candidato para tornar realidade esta regularização.

Estas e outras narrativas dominarão o cenário político nos próximos dias e coisas cabeludas, verdadeiras ou não virão à tona no jogo das narrativas que buscam o convencimento para buscar o voto em razão da possível fragilidade moral do outro.

Ao eleitor sobra a responsabilidade de filtrar as informações e fazer sua opção pensando naquilo que pode ser melhor para sua cidade, sem deixar se influenciar por mentiras, Fake News ou compra de votos, seja por doação de tijolos, abastecimento do carro, pagamento de conta de água e luz ou compra de sua honra e moral pela corrupta prática da compra do voto.

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